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cultura

CSS | 15 de Dezembro de 2017

4

Histórias Associativas (28)*

o vozeiro

Rui Hélder Feio

A Rádio e a Televisão
enchiam a colectividade

Perguntas e respostas
P. – Na rua onde resido está um carro
abandonado há bastante tempo. Como posso providenciar para que seja removido?
R. – Sempre que alguém informa a
autarquia, pode esta remover qualquer
veículo abandonado.
Se, como diz, há bastante tempo vê o
mesmo carro estacionado na rua e a situação o incomoda, para removê-lo é mais
simples do que parece.
Deverá contactar a autarquia. As Câmaras Municipais removem as viaturas
abandonadas, desde que alguém lance o
alerta.
O processo é simples. Consulte o site
da autarquia, por norma a Divisão de
Fiscalização Municipal, e procure o contacto telefónico ou endereço de email indicado para solicitar a remoção de um
carro abandonado.
O que vai acontecer é que a Câmara deixará um aviso no automóvel. Se
o proprietário – ou outra pessoa, a seu
pedido – não o remover no prazo indicado, o carro será removido e vendido em
hasta pública.
Diz o artigo 163.º do Código da Estrada que é considerado indevido ou abusivo o estacionamento de veículo, durante
30 dias consecutivos, em local da via pública ou em parque ou zona de estacionamento isentos do pagamento de qualquer taxa. O mesmo se aplica a veículos
sem chapa de matrícula ou com chapa
que não permita a correta leitura da
matrícula. E, ainda, a automóveis que
apresentem sinais exteriores evidentes
de abandono, de inutilização ou de impossibilidade de se deslocarem com segurança pelos próprios meios, que estejam
parados no mesmo local por um período
superior a 48 horas.
P. – Como senhorio posso ter vantagens de acesso ao programa de arrendamento acessível?
R. – Sim, os senhorios que pratiquem
rendas acessíveis vão beneficiar de isenção do IRS e pagar menos IMI. As novas
medidas devem entrar em vigor no início de 2018.
A medida visa assegurar habitação
a famílias que não conseguem pagar o
preço do mercado, proporcionando benefícios fiscais aos senhorios que pratiquem
rendas mais acessíveis.
Poderá beneficiar de uma isenção da
tributação sobre os rendimentos prediais,
uma isenção de IMI em 50%, podendo esta
chegar aos 100% se a Assembleia Municipal respectiva assim o determinar.
Quer seja proprietário ou inquilino, poderá vir a beneficiar desta nova medida
já no início de 2018. Mantenha-se atento.
Escolha os serviços de um profissional,
contacte o Solicitador.
Envie a sua questão para duvidas@ruifeio.pt

“Quando apareceu a telefonia, a sociedade tratou, diz João Costa, logo que lhe
foi possível, de comprar uma, porquanto,
sendo uma novidade, constituía mais um
veiculo de ligação do povo à colectividade. De tal sorte assim era, que todos os
serões a casa se enchia de gente para ouvir
as chamadas novelas radiofónicas. Um
entretenimento que, em alguns domínios,
viera dar mais alma à alma da colectividade. O mesmo se passou com a chegada
das emissões de televisão.
“Neste caso,” afirma, “porque a compra do aparelho custava muito dinheiro,
constituiu-se uma comissão para o efeito.
Como, de resto, era tradicional sempre
que se pretendia adquirir alguma coisa.”

ROSTOS DO SEIXAL
António José Castanheira Maia Nabais (1947)

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Rui Solicitador
Hélder Feio
Contacte o Solicitador!
218  284  986

934  428  652

solicitador@ruifeio.pt
www.ruifeio.pt

RUA QUINTA DA PRATA, 6
TORRE DA MARINHA, 2840-614 SEIXAL

Sem deixar de aludir ao facto de que
se reporta a uma época em que as pessoas
se conheciam todas umas às outras, porquanto o núcleo habitacional era constituído apenas pelo casario da zona que
hoje se denominada de ‘Arrentela Velha’,
João Costa, salienta igualmente que “por
esse motivo e por foça do convívio diário
que caracterizava o quotidiano dos seus
moradores, estes davam-se como se fossem uma família.
“Para além disso,” salienta, “tudo
quando se fazia emanava do sentimento
bairrista que invadia cada um de nós e no
amor que sentíamos pela sociedade. Não
havia nenhum espírito de promoção pessoal. Esse tipo de vaidades, não existiam
nesse tempo. A nossa grande vaidade era
ver a sociedade fazer boa figura onde quer
que fosse. Isso sim, nos deixava felizes.”
Enquanto recorda que as únicas disputas que se faziam sentir, resultavam
da intenção manifestada por cada nova
direcção, de pretender fazer melhor que
a sua antecessora, João Costa, lembra,
igualmente que “as condições de vida das
pessoas não lhes permitiam gastar energias em discussões inúteis. Tanto mais,
que nos reportamos a um período da história deste país, em que a luta pela sobre-

Licenciado em História pela Faculdade
de Letras da Universidade de Lisboa, possui
o curso de Pós-Licenciatura em Museologia

pelo Instituto Português dos Museus e fez um
Estágio de “Museologie Nouvelle et Experimentation Sociale”, em Grenoble. Foi diretor
do Departamento de Conteúdos da Expo’98
e do Pavilhão do Conhecimento dos Mares
da Expo’98, técnico superior do IPPC e do
Instituto Português de Museus, presidente do
conselho diretivo da F.P. Fernando Pessoa e
membro do conselho diretivo no Liceu de Vila
Franca de Xira.
António Nabais nasceu em São Vicente de
Lafões, concelho de Oliveira de Frades, mas o
seu contributo para o concelho do Seixal tem
sido grandioso: foi responsável pela organização e desenvolvimento do Ecomuseu Municipal do Seixal e ainda de outros museus como
museólogo titular, realizou conferências,
seminários e cursos subordinados ao tema

Fernando
Fitas

vivência era muito dura. Basta dizer, que
se não fosse a abundância de ostras, lamejinhas, canivetes, berbigões e amêijoas,
que o rio dava, muita gente teria morrido
tuberculosa, porque não tinha outra forma de se alimentar.”
Marchante das marchas populares
organizadas pela sociedade, João Costa,
relembra ainda um dos versos que cantou,
quando trauteia: “Aqui vai a marcha de
Arrentela/Terra onde Vasco da Gama/costumava descansar/ Que grande glória/p’rá
nossa história/ é ver o herói a repousar. O
tema, como se depreende, tinha a ver com
as permanências que Vasco da Gama fez
na Quinta da Fidalga, antes de largar em
busca do caminho marítimo para a Índia.
Foi uma iniciativa que mobilizou todos os
moradores. Cada vez que ela se exibia, ia
tudo atrás da marcha.” Salienta.
Tendo passado por todos os cargos
dirigentes da colectividade, por considerar que se tratava de um dos poucos meios
onde se podia levar a efeito um certo trabalho de formação política, apesar dos
constrangimentos que o regime fascista
colocava, o carismático arrentelense sustenta ainda que, com 25 de Abril entendeu que a sua colaboração seria mais útil
no desempenho de outras tarefas, razão
pela qual trocou a militância associativa
pela militância política.
“Isso não significa,” garante, “que
tenha deixado de gostar da sociedade, tal
como gostava. Nem que tenha deixado
de acompanhar o seu dia-a-dia. Só que o
faço de uma maneira menos apaixonada.”
* Excertos de “Histórias Associativas
– Memórias da Nossa Memória – 1º Volume As Filarmónicas”.
Edição Câmara Municipal do Seixal. - 2001

Museus e Património em diversas instituições.
Foi diretor do Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso e professor de Museologia na Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa, na Faculdade de Belas Artes e na
Universidade Lusófona.
O cargo na Câmara Municipal do Seixal de
assessor para a área do Património Cultural –
Museologia foi-lhe atrbuído em 1979. Exerceu
ainda o cargo de presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM) e presidente
da assembleia-geral da APOM.
Tem publicado a História do Concelho do
Seixal, editada pela Câmara do Seixal e, muitos dos seus textos em revistas, nacionais e
internacionais da especialidade e em obras de referência.
Mário Barradas