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reportagem

CSS | 07 de Abril de 2017

2

Celino Cunha Vieira

editorial

Historicamente, remonta aos finais
do século XIV o primeiro serviço
de incêndios de Lisboa, mas só em
1820 surge na capital a Associação de
Bombeiros Voluntários, seguindo-se
depois muitas mais espalhadas pelo país.
Ainda há poucos anos, principalmente
nas localidades mais pequenas, os
Bombeiros Voluntários nada recebiam
pelo seu trabalho, sendo dispensados
pelas suas entidades patronais para
acudirem às emergências sempre que
tocava a sirene, saindo os carros que os
iam recolhendo antes de se dirigirem aos
locais de sinistro, aproveitando o tempo
do percurso para trocarem de roupa e
vestirem o fardamento dentro da própria
viatura.
Eram outros tempos e as exigências
de hoje nada têm a ver com um
passado que não tinha ao seu dispor os
meios sofisticados assentes nas novas
tecnologias que obrigam a uma formação
contínua e completamente diferente,
só possível com um elevado grau de
profissionalismo.
O Seixal, por exemplo, que há 50
anos tinha uma população ao redor de
30.000 habitantes, tem nos tempos que
correm cerca de 170.000. E se nessa
altura se compreendia e desejava uma
Corporação de Voluntários, hoje tem
necessidade de uma estrutura totalmente
profissionalizada e dependente da sua
Câmara Municipal, tal como muitos
outros Municípios já o entenderam e
puseram em prática.
Não chega dizer-se que se dá todo o
apoio às Associações Humanitárias e aos
seus Corpos de Bombeiros; é preciso de
uma vez por todas decidir o que é melhor
para a população e para o enquadramento
dos profissionais que prestam auxílio 24
horas por dia, 365 dias por ano.
O que se está a passar com a
Associação Humanitária de Bombeiros
Mistos do Concelho do Seixal veio
despoletar esta velha questão, pois se a
mesma estivesse integrada nos Serviços
Municipais, não estaria agora em risco de
ter de paralisar todas as suas actividades
por falta de meios financeiros para a sua
operacionalidade.
E não se culpem os Juízes ou os
Advogados por uma Justiça que para
garantir o pagamento a uma pessoa,
coloca em risco a subsistência de 90
famílias. Não são os juízes nem os
advogados que aprovam estas Leis: são
os senhores que nós elegemos para se
sentarem no hemiciclo da Assembleia da
República e que aprovam legislação sem
o mínimo de bom-senso. No fundo, a
culpa é de todos nós.

Associação Humanitá
Concelho do Seixal EM

entre as áreas de risco tanto florestais como como Voluntária pode subsistir.
urbanas, ficariam no futuro, com a criação
dessa força municipal, protegidas de uma
Quantas
pessoas
dependem
forma mais directa.
profissionalmente da Associação do
Seixal?
O voluntariado é muito bonito, mas
ainda existem Bombeiros Voluntários
Neste momento contamos com 90
noutros países?
funcionários, 70 são bombeiros preparados
para o socorro de emergência e os outros 20
Tanto em Espanha como em França, para os serviços de apoio, como secretaria,
que são os países mais próximos do nosso, comunicações, lavandaria, limpeza, etc.,
já têm forças profissionais que trabalham num total de 90 famílias que dependem
as 24 horas por dia e têm um regime da Associação.
de voluntariado da população que em
determinadas acções aparece para colaborar
As receitas que os serviços geram
com os profissionais, nomeadamente ao chegam para pagarem as despesas?
O Seixal, com uma caracterização fim-de-semana, prestando algum apoio
predominantemente urbana e uma voluntário, mas durante a semana são só os
população
superior
a
170.000 profissionais que asseguram a protecção.
habitantes mas contendo zonas
florestais e industriais, não necessitaria
Em relação ao Seixal, justifica-se
de ter uma Corporação totalmente haver duas Corporações de Bombeiros
profissional e dependente da Câmara Voluntários no mesmo Concelho?
Municipal?
As Corporações de Voluntários são
Esse é um dos desejos que temos como sempre admissíveis, o que elas fazem é que
objectivo para o futuro. Há anos que pode ser mais ou menos importante. Eu
pessoalmente apontamos que essa é de próprio disse em determinados momentos
facto a perspectiva que se deve seguir na que era preferível seguir para a perspectiva
área do Município na defesa da população. de Bombeiros Municipais do que criar mais
Só que isso implica para a Câmara Corpos de Bombeiros. Seria, em termos
encargos muito superiores àquilo que úteis na defesa das pessoas muito mais
neste momento concede em subsídios aos positivo. Não foi esse o rumo que as coisas
Bombeiros. Agora a população existente, levaram e surgiu uma nova Associação que
Através
do
Comunicado
da
Direcção da Associação Humanitária
de Bombeiros Mistos do Concelho do
Seixal, ficou a saber-se que por decisão
do Tribunal Judicial da Comarca de
Lisboa, Juízo do Trabalho do Barreiro,
foi estabelecido um Procedimento
Cautelar que teve como consequência
a indisponibilidade de movimento
das contas bancárias da Associação.
Enquanto o recurso decorre, fomos
ouvir o Presidente António Matos para
nos falar sobre outros aspectos não
menos importantes para o futuro da
Corporação.

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