Comércio 345.pdf


Vista previa del archivo PDF comercio-345.pdf


Página 1...7 8 9101116

Vista previa de texto


CSS | 22 de Setembro de 2017

9

de 2016 não ganhava um jogo, foi um grande
trabalho que tivemos. Nós íamos para os jogos e
todas as equipas da idade deles davam prioridade
aos resultados e nós notámos muito isso neles,
o jogo era bater bola na frente e usar os miúdos
fisicamente mais aptos e evoluídos e tornava-se
complicado para nós jogarmos porque damos
prioridade ao futebol pelo chão que é para se
sentirem mais à vontade quando chegassem
ao futebol 11 que é para isso que trabalhamos
na formação. E depois de Dezembro em que
começaram a nível técnico e táctico começaram
a desenvolver melhor as capacidades, os outros
ainda batiam a bola para a frente mas nós já
com quatro ou cinco toques já metíamos a
bola na área adversária. E quando chegámos ao
torneio do Guadiana, o jogo que recordo que
me deixa ainda hoje mais saudades, foi um jogo
com o Benfica, nós tivemos o jogo quase todo a
ganhar 1-0 mas nos últimos minutos sofremos
dois golos e perdemos mas foi espectacular…
Na minha opinião foi o momento que marcou
o ano, para a equipa de 2009 marcou o ano, não
só dentro de campo em que tivemos o jogo com
o Benfica que foi espectacular apesar de termos
perdido, mas fora de campo já tinha miúdos
com cinco ou seis anos que já dobravam a roupa
sozinhos, a comerem sozinhos, a tomarem
banho sozinhos, íamos para a praia e eu estava
com sete ou oito miúdos, íamos passear à noite,
foi mesmo espectacular. E essa evolução é que
notámos muito, não só a nível de resultados e
a nível de performance desportiva, mas mais
a nível do crescimento deles como homens e
mulheres, porque também temos raparigas
aqui a jogar, cada vez temos mais, e é foi muito
giro acompanhar essa evolução deles, foi onde
notámos mais diferenças.
E o futuro?
Essa é uma pergunta mais complicada…
(risos) A nível de futuro não sei, sabes? Não
penso muito no futuro a nível de anos, penso
Publicidade

mais a nível do presente. No presente, este
ano temos dois campeonatos, temos agora o
principal e temos depois o complementar. Com
os de 2005 vamos entrar já no principal e é
tentar fazer melhor que o ano passado. O ano
passado ficámos em penúltimo, não foi uma liga
que correu muito bem, desde faltas de miúdos a
jogos, e como falei anteriormente de eles terem
mais compreensão de responsabilidade em
relação a um desporto que praticam, neste caso
é uma actividade extracurricular, mas tens de
ganhar aquela responsabilidade que serve para a
tua vida futura e este ano está diferente. Posso
dizer-te que o ano passado fazia treinos com 12
ou 13 jogadores e este ano estou a fazer com 18
ou 19 e temos perspectivas de fazer um bom
campeonato, não só a nível de resultados mas
também a nível de crescimento táctico e técnico
que é o principal.
Com os de 2009, a nossa perspectiva é de
termos uma evolução até Dezembro, e depois
jogarmos com eles num escalão acima no
Torneio Complementar. Depois daquilo que
realizámos o ano passado, achamos que já
estão preparados, e com este meio ano que lhes
vamos dar com muitos jogos durante os fins-desemana, também com os treinos a serem bem
trabalhados e bem desenvolvidos, queremos
ver se jogam no escalão acima. Mais uma vez
não vamos ligar aos resultados, mas a nível
do crescimento deles acho que vai ser bom,
estão a evoluir bem a nível de assiduidade aos
treinos, compromisso, até mesmo com atenção
que é mais difícil com os mais novos... Nós
aqui parecendo que não, eles passam o dia
todo na escola e separarmos o treino de uma
actividade lúdica sem responsabilidade é a
parte mais difícil, mas acho que eles este ano
já compreenderam isso, já conseguem entrar
em “modo treino”, não vêm com o espírito
de “intervalo”, já vêm mais tranquilos e estão
a evoluir bem e temos uma boa capacidade de
trabalho, até com as pessoas que têm vindo

agora, temos cada vez mais gente a querer vir
para cá como te disse, e acho que está a correr
bem.
O que o Fábio de agora dizia ao Fábio que
tinha acabado de tirar o curso de treinador?
Dizia muitas coisas… (risos) Muitas
coisas que fiz errado… A experiência não é
tanto os cursos que tu tiras, não é tanto o
conhecimento que tens do jogo em si, não é isso
que importa mais… até costumo dizer que o
mais importante é a maneira como lidas com
os miúdos, especialmente nas camadas mais
jovens e no desporto de formação, a maneira
como lidas com os miúdos e a maneira como os
consegues cativar é o mais importante. Porque
se formos a ver, qualquer um de nós na idade
que temos, se formos para um trabalho que não
gostas, se calhar não o fazemos como deve ser,

sabes? Muito menos miúdos que levas o futebol
pela parte lúdica, não pensam em mais nada, só
jogam futebol porque gostas e porque passam
o dia a jogar futebol. Não podemos impingir
componentes tão tácticas, que foi um dos
meus erros quando comecei, pensava muito no
resultado, no nível táctico do estilo “vamos jogar
a um toque, dois toques”, mas não é importante,
o importante é conseguirmos desenvolver as
capacidades dos miúdos, especialmente a nível
de grupo e nunca deixar de ter em consideração
que o desporto para eles é a parte lúdica do
dia, se lhe tirarmos o divertimento eles não
vão gostar de jogar e se não gostarem de
jogar nunca vão estar motivados e nunca vão
conseguir render aquilo que queres que rendam
em campo, e eu pratiquei muitos erros desses,
muitos mesmo (risos).