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Cultura

CSS | 07 de Julho de 2017

4

Histórias Associativas (17)*

o vozeiro

Rui Hélder Feio

Perguntas e respostas

O primeiro Arraial
a luz eléctrica

Pergunta:
Recebi uma carta de uma empresa que diz representar uma fornecedora de energia elétrica com a qual
rescindi contrato em Março de 2016. Alegam que ficou por saldar uma divida de 550 Euros. Caso não
pague, ameaçam seguir com o processo para tribunal.
Dirigi-me à loja dessa empresa e avisaram-me que
deveria pagar senão penhoravam-me a pensão. Devo
pagar?
Resposta:
Infelizmente as operadoras de telecomunicações e
as fornecedoras de energia teimam em “atropelar” a
lei, mesmo sabendo que o não devem fazer. Muitas
vezes chegam mesmo a ameaçar com cortes de energia
ou a ameaças verbais via telefone.
Na realidade a divida prescreve se não for paga até
aos seis meses de lei. Por outras palavras senão cobraram ou iniciaram processo legal (sublinho processo
legal) de cobrança, não podem cobrar essa divida.
Caso não reclame, mesmo atendendo que o processo prescreveu, a empresa irá intentar um processo
legal no Balcão Nacional de Injunções, com vista a obter um título executivo para avançar para a execução.
Trata-se de um golpe baixo jogando na passividade
do cidadão e, na hipótese da não oposição, o processo
segue para execução e consequente penhoras.
Aconselho-o a recorrer a um solicitador ou advogado para que em sua representação, reclame junto da
entidade em causa.
Pergunta:
Por ocasião de internamento prolongado por razões médicas do meu irmão, enviei uma carta de rescisão de contrato que o unia à Vodafone, com fidelização até Janeiro de 2018. Dei o meu contacto para
resolução de qualquer problema relacionado com a
rescisão. Passada uma recebi o contacto dos colaboradores da Vodafone, pretendendo saber pormenores
e exigindo a devolução dos equipamentos. Foram
bastante profissionais dando-me instruções para lhes
fazer chegar via e-mail, cópias de uma justificação médica, que ateste esse internamento prolongado. Assim
fiz, devolvi os equipamentos na loja da Vodafone de
Almada, e entreguei o atestado médico digitalizada via
e-mail. Passados três meses, recebi carta da Vodafone,
para pagamento do valor de 600 euros, relativo aos
equipamentos e ao período remanescente da fidelização não cumprida. Que devo fazer?

Escolha os serviços de um profissional, contacte
o Solicitador.
Envie a sua questão para:
duvidas@ruifeio.pt
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grupos amadores que existiram na colectividade) ia
ao ponto de não perder nenhum dos mais relevantes
espectáculos de ópera e concertos sinfónicos que
tinham lugar em Lisboa - mesmo antes da existência
da Fundação Gulbenkian - nem deixar de assistir,
graciosamente, à representação das importantes
peças teatrais que se levavam à cena.
Essa assiduidade às salas de espectáculo”, reconhece,
“era-me, em certa medida, proporcionada pela
circunstância de desempenhar, por muitos anos, as
funções de representante concelhio da Sociedade
Portuguesa de Escritores e Compositores Teatrais.”
Admitindo que o gosto por música clássica se devia
à influência que a vivência musical da sociedade
sobre si exerceu, suspeita todavia que o interesse pelo
teatro talvez se devesse à influência de sua irmã mais
velha, actriz amadora do Grupo Cénico da União e
sobre quem tece os mais rasgados elogios. “Vi minha
irmã representar a “Mater Dolorosa” tão bem, ou
melhor, do que a actriz profissional, cujo nome
de momento não me recordo e que nessa época
desempenhou o mesmo papel numa companhia de
Lisboa. Era, indiscutivelmente, uma amadora muito
talentosa...!” Finaliza.

*Excertos de “Histórias Associativas- Memórias
da Nossa Memória – 1º Volume As Filarmónicas”.
Edição Câmara Municipal do Seixal.-2001

ROSTOS DO SEIXAL
DR

Resposta:
Os serviços da Vodafone inicialmente estiveram
muito bem, procurando cativar o cliente para quando o problema de saúde seja resolvido, se mantenha
agradado e volte a merecer a confiança na empresa,
mas os serviços de pré-contencioso da Vodafone nem
tanto. Na verdade a o código civil, prevê a resolução
do contrato quando a decisão se fundar numa alteração anormal do serviço. É o caso. No entanto, pode
a operadora opor-se aceitando o pedido de resolução
do contrato, mas com modificação as condições, por
exemplo interrompendo o contrato para posterior restabelecimento.
Pode escrever uma carta registada dando conta de
todo o ocorrido, mas aconselho-o a recorrer a um solicitador ou advogado.

Chamado a desempenhar as funções de secretário
da direcção aos dezoito anos, Viriato Pescadinha,
faz notar que “ isso se deveu ao facto de os consócios
mais velhos, a quem tradicionalmente cabiam
as funções directivas, haverem entendido que as
transformações que, por mor da rádio se estavam
operando em todos os domínios da sociedade,
justificavam a indigitação de alguns jovens para os
corpos gerentes da sociedade. O fenómeno foi de
tal ordem que, para atrair a clientela, até algumas
tavernas passaram a ter telefonia. Idêntica evolução
se constataria, igualmente, com a invenção da TV.”
Sem denotar qualquer esforço de memória para
relatar as vivências por que passou dentro da sua
União, Viriato Pescadinha, afirma ter sido um dos
mentores da organização do primeiro arraial popular

alimentado a luz eléctrica.
“Foi uma iniciativa pioneira
levada a cabo, por volta de
1935, pelos “Anjinhos”, que
ante o bom relacionamento
existente com o dono do
antigo cinema - situado ao
lado da colectividade - o
sensibilizaram para nos
deixar utilizar o gerador que
fornecia a energia à máquina
de projecção”.
O êxito da experiência
adquiriu
tamanha
divulgação que fez afluir pessoas de todos os lados
do concelho para verem o ‘arraial eléctrico’ montado
pela Sociedade Nova.” Assegura. “ O feito adquiriu
sobretudo maior dimensão, por ocorrer numa altura
em que o fornecimento de energia eléctrica, assim
como o abastecimento de água canalizada, ainda
não tinham chegado ao Seixal.
Enquanto sustenta que o sucesso do referido
arraial radica no excelente contributo dado por um
elevado numero de associados, tanto na concepção,
execução e pintura dos arcos, como na respectiva
montagem, Viriato Pescadinha, faz igualmente
alusão ao facto de, à semelhança de outros
consócios, haver começado a namorar sua esposa na
colectividade, até porque, segundo diz, “era difícil
haver um casamento, em que os noivos não fossem
sócios da mesma sociedade. Só com a entrada em
funcionamento da Mundet é que essa situação
conheceria alteração, porque o espaço de convívio
diário entre as pessoas, se transferiu para o local de
trabalho.”
Coroado rei da pinha, num dos tradicionais bailes
da pinhata, realizados antes de se casar, Viriato
Pescadinha, ver-se-ia, no entanto, logo após o
matrimónio e o seu ingresso nos quadros de pessoa
da câmara, forçado a tomar a decisão de suspender
as actividades na União, em ordem a evitar que
alguém o acusasse de, no âmbito das suas funções
de fiscal camarário, poder favorecer a colectividade
a que pertencia.
Ainda assim, não perde ainda o ensejo de salientar
que, contrariamente ao que era habitual suceder
com os jovens do seu tempo, nunca aprendeu
música o que não o impede de se considerar um
‘grande melómano’.
“O meu gosto pela música,” garante, “tal como pelo
teatro (apesar de jamais haver integrado qualquer dos

Fernando
Fitas

Maria Idalina
Nunes
(1972)

Nascida no Seixal, viveu desde
sempre rodeada de ambiente escolar no
Edifício Paiva Coelho (antiga Escola
Primária Feminina) situado na Praça
Luís de Camões, no centro histórico
da então vila piscatória, onde a sua
mãe era professora. Esta vivência foi
um impulso para o seu futuro: mais de
dez anos de experiência das Ciências
Documentais em entidades públicas
e privadas e uma sólida experiência
em empresas de terciarização de
serviços de custódia de arquivos,

microfilmagem e digitalização de
documentos, bem como nas respectivas
áreas comerciais e a experiência em
catalogação e informatização de
bibliotecas particulares (Famílias
Quintella e Sousa Cunhal), definemna como uma brilhante profissional,
assim como a sua atividade docente
no ensino público e como formadora
e investigadora nas seguintes áreas
históricas: genealogia, histórica local
e religiosa, História de Portugal
(séculos XVIII e XIX). Recentemente,
criou uma página de Facebook
sobre uma figura ímpar da história
portuguesa - o Conde de Farrobo,
sendo administradora da página e
impulsionadora da história ligada
a esta figura. Publica regularmente
artigos em revistas especializada e
imprensa local, tendo lançado em 2013,

juntamente com Ana Cristina Silva e o
Padre Marco Luís, o livro Memórias
do Seixal, com especial relevo para a
Igreja da Freguesia de Nossa Senhora
da Conceição do Seixal.
Envie a sua sugestão
de «Rosto do Seixal» para:
comerciodoseixal@gmail.com

Mário Barradas