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REPORTAGEM
2

A TRADIÇÃO CONTINUA nas

Celino Cunha Vieira

Mais um ano passou e a tradição foi cumprida no Seixal, com a realização da histórica Marcha das Canas no
dia de São Pedro.

editorial

Inesperadamente recebemos a triste
notícia do falecimento do Augusto Pólvora
e embora soubéssemos que o seu estado de
saúde era preocupante, nunca esperamos
este desfecho tão prematuro e acreditamos
sempre num “milagre” da ciência para
ultrapassar as nossas deficiências físicas.
Augusto Pólvora deixou-nos aos 57 anos,
quando muito ainda havia a esperar dele,
pois a sua vasta experiência no plano
técnico e político auguravam uma longa
carreira ao serviço dos seus semelhantes.
Fica a sua memória e a saudade imensa de
um homem bom que soube cativar todos
aqueles com quem lidou ao longo da sua
vida. Até sempre Augusto.
Acabaram as Festas Populares do
Seixal e na próxima semana começam
as de Arrentela com um vasto programa
onde se destaca a figura do carismático
Quim Barreiros, artista que cativa todas as
gerações pela simplicidade e pela brejeirice
das suas canções. Isso nos dá conta António
Santos, Presidente da União das Freguesias
do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires,
descrevendo-nos aquilo que se espera das
mesmas.
Diz-se que “Santos da casa não
fazem milagres” mas conseguimos que o
nosso Colaborador Mário Barradas nos
concedesse uma entrevista, pois como
“Homem dos sete ofícios” bem merece que
divulguemos as suas inúmeras actividades,
não só profissionais, como também
associativas.
No rescaldo destes últimos dias
continuámos a ouvir falar sobre a origem do
incêndio de Pedrógão Grande e do roubo
de material militar em Tancos, enquanto
o senhor primeiro-ministro goza as suas
merecidas férias. Há quem se insurja com
isto, como se António Costa não tivesse
também direito a descansar uma semaninha
com a família, retemperando forças para se
lançar na campanha autárquica que está já
em andamento. Presumo que os invejosos
são todos aqueles que com uma reforma de
miséria ou o ordenado mínimo nacional
não podem sequer sonhar com férias,
porque todos os outros já devem estar de
malas feitas para algum destino paradisíaco.

Segundo os populares, esta tradição teve
início num convívio de amigos, que passavam
a noite no Baile de São Pedro, na “Sociedade
Velha” - Sociedade Filarmónica Democrática
Timbre Seixalense - E decidiram nessa
madrugada de 28 para 29 de Junho, ir lavar a
cara, à então Quinta Grande.
Fernando Santos, Vice-Presidente
para a Cultura da Sociedade Filarmónica
Democrática Timbre Seixalense, contou-nos
um pouco da história desta tradição: "é um
evento organizado pela Timbre Seixalense,
que está inserido no calendário das Festas
Populares do S. Pedro no Seixal e a mesma teve
início nas décadas de 40/50. Tudo começou
quando alguns «maduros», depois de uma
noitada no baile que a Timbre realizava,
resolveu ir lavar a cara à Quinta Grande. A
partir daí foi a loucura, umas canas e umas
toalhas faziam a alegria do povo nas manhãs
de São Pedro, as ruas do Seixal enchiam-se de
marchantes e por vezes finalizavam a marcha
com mergulhos na baía. A Marcha chegou a
ter música e letra próprias escrita por Emílio
Rebelo, músico da Timbre".
O Vice-Presidente para a Cultura falou
da Marcha das Canas deste ano: "depois
do baile acabar, passamos o resto da noite
nas instalações da Timbre Seixalense, onde
é sempre preparado com antecedência um
lanche para esta noite especial. Por volta das

07:30/08:00 horas, todos os participantes
acompanham os músicos que vão a tocar a
marcha e que passam por dentro da cidade
com o intuito de acordar as pessoas para
virem atrás da mesma. As pessoas saem com
uma toalha branca ao ombro, e vamos até
ao Portugal Cultura e Recreio que fica na
Quinta Grande, onde lavamos a cara, ou se o
tempo o permitir, podemos dar um mergulho
num tanque que tem uma fonte e que é cheio
para o efeito".
Fernando Santos falou ainda sobre o
futuro da Marcha das Canas: "a importância
de manter a tradição viva, pois uma vez que
infelizmente as terras no nosso Portugal estão
a perder as suas tradições, por vários motivos,
tais como a desertificação e o ritmo de vida
alucinante que hoje temos na nossa terra.
Tudo faremos para que isso nunca aconteça,
inclusivamente, incutimos este espírito nos
mais jovens, para que a mantenham no
futuro".
Rui Santos, músico da banda da Timbre
Seixalense, contou-nos que "a tradição da
Marcha das Canas, como o termo indica,
é para continuar, visto ser um ex-líbris das
festas da cidade do Seixal. Ao longo dos
anos sempre foi um acontecimento bastante
concorrido. «Cá vai a marcha!», cantavam e
cantam as gentes do Seixal, sendo elucidativo
do carisma desta tradição. Logo, o Seixal ao

Em relação aos incêndios, esperemos
que sejam ajudados e não lhes aconteça o
mesmo que aos prejudicados pelos fogos de
há um ano em S. Pedro do Sul, que até hoje
pouco ou nada receberam de indemnização.
Quanto ao desvio do material bélico,
dizem-nos que os seus presumíveis autores
nada têm a ver com grupos terroristas mas
sim com o comércio internacional, como se
não fosse tudo a mesma coisa. Ou seja, se
for um grupo de cariz islâmico é terrorismo,
mas se forem forças rebeldes de oposição a
governos legítimos, já não é.
Chega de hipocrisia!

Administração, Redacção
e Publicidade

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Paginação: Sofia Rosa
Repórter: Fernando Soares Reis CP6261
Colaboradores: Adriana Marçal, Agostinho António Cunha,
Alvaro Giesta, ANIVET - Consultório Veterinário, Dário Codinha,
Fernando Fitas CP2760, Hugo Manuelito, José Henriques, José
Lourenço, João Araújo, Jorge Neves, José Mantas, José Sarmento,
Maria Vitória Afonso, Maria Susana Mexia, Mário Barradas, Miguel

longo dos tempos presenciou rios de gente
nas ruas, tendo desvanecido à medida que o
tempo passava, mas nunca se deixou de fazer,
com maior ou menor dificuldade".
Rui Santos afirmou ainda: "é e será uma
tradição para continuar e defender, mas temos
a convicção de que teremos de trabalhar no
presente para salvaguardar o futuro".
Terminadas as Festas Populares de São
Pedro no Seixal, falámos também com o
Presidente da União das Juntas de Freguesia
do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires,
António Santos, e pedimos um balanço das
mesmas bem como um pequeno “preview”
daquilo que podemos esperar das festas
populares de Arrentela que começam já na
próxima 4ª Feira, dia 12 de Julho.
Em relação às recém terminadas Festas
Populares de São Pedro no Seixal, António
Santos considera que as festas correram
melhor do que previam: "acabámos as festas
de São Pedro e em jeito de balanço convém
dizer que as coisas correram melhor que as
nossas próprias expectativas. Retomámos o
anterior formato das festas e o único contra
que aconteceu foi o tempo".
Em jeito brincalhão, António Santos
disse-nos ainda que "bem tentámos falar
com o São Pedro mas isso não funcionou,
apanhámos uma série de noites de nortada
que condicionou um bocado a vinda das
pessoas e inclusive alguns dias com alguma
chuva".
O Presidente da União das Juntas
concluiu dizendo que "no computo geral as
festas de facto correram muito bem, com
bons espectáculos, não faltou animação de
rua, o comboio foi também uma novidade
e a caravela também foi um momento
grande porque foi lá muita gente. A mostra
de artesanato também correu muito bem,
atendendo a que já não se realizava há uma
série de anos. O balanço, de facto, só pode
ser positivo".
No que diz respeito às Festas Populares
de Arrentela, António Santos garantiu que
a aposta é para continuar: "vamos tentar
manter a mesma estrutura de crescendo. Foi
uma aposta que fizemos neste mandato para
qualificar a festa e a manter o crescendo.
O modelo vai ser o mesmo, com o palco
principal no mesmo sítio do ano passado, que
vai ser na zona adjacente à antiga Fábrica de
Lanifícios, e depois temos a feira franca no
local habitual".
Em relação aos espectáculos que a
população pode assistir, António Santos
reafirma a aposta no associativismo bem
como a adição de um músico que traz muito
público: "a nível de espectáculos apostámos
muito na representatividade da freguesia
como por exemplo do concerto da Sociedade
Filarmónica União Arrentelense com a sua
banda, do Independente Futebol Clube
Torrense com a escola de artes onde estão
incluídas a orquestra, a dança e todas as outras
actividades que o clube decida apresentar.
Temos também o já tradicional festival de
folclore de Arrentela que já é histórico, com
respectivo desfile etnográfico ao longo de
toda a avenida São vários grupos convidados.
Temos também a grande atracção que é o

Boieiro, Paulo Nascimento, Paulo Silva, Pinhal Dias, Rúben Lopes,
Rui Hélder Feio, Vitor Sarmento.
Impressão: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A.
Tiragem: 15.000 exemplares
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