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SOCIEDADE

CSS | 24 de Março de 2017

4

Histórias Associativas*(7)

o vozeiro

Designada de Marcha das
Camarinhas o povo
rebaptizou-a de Marcha das Canas
Fernando
Fitas

Rui Hélder Feio

Abrir uma nova Empresa
Pergunta– Pretendo abrir uma empresa, já tenho uma loja arrendada e gostaria que me informasse dos custos que
me esperam.
Resposta– Além dos custos relativos
à loja arrendada, renda, eletricidade,
água, telefone, internet, ordenados, viaturas, seguros, publicidade, entre outras
pequenas coisas, há que contar com a
abertura da atividade através do Registo
Comercial.
Aqui põe-se a primeira questão, pretende uma empresa com características
próprias, estatutos definidos à empresa,
nome escolhido a gosto ou, em alternativa, um qualquer nome, e um pacto social geral serve?
Se a opção for a primeira, deve consultar um Solicitador que lhe desenhará
a nova empresa a seu gosto e imagem,
para que lhe assente como uma luva e
com todo o conforto do processo ser
inteiramente efetuado no escritório do
profissional.
Se a opção for a segunda, ainda que
possa igualmente recorrer ao Solicitador, este registo será efetuado numa
Conservatória do Registo Predial no
balcão “Empresa na Hora” que, como o
nome indica, é rápido e económico.
A grande vantagem desta segunda
opção é a de ser mais económica (entre
300,00€ a 360,00€).
Depois, há que ter em conta outros
custos, como seja o pagamento de impostos, a avença a um técnico oficial de
contas, o IVA, o IRC no caso de empresas, ou IRS no caso de empresário em
nome individual.
A empresa pode optar por um regime
simplificado ou por contabilidade organizada, consoante o volume de negócios
esperado.
No primeiro ano a empresa não paga
o pagamento especial por conta, mas nos
seguintes há que contar com mais esse
encargo.
Pode acontecer também que tenha de
obter licenças e de permissões de diferente ordem para operar, e mais do que
uma, para cada estabelecimento que tiver. Estas licenças poderão ter de ser renovadas anualmente.
Também lhe poderão ser cobradas taxas de profissão.

Emílio Rebelo revela ainda que “para o
êxito dessa experiência, muito contribuiu
igualmente o facto de havermos sabido
aproveitar o rumo do tradicional cortejo
que os foliões faziam ao poço, ao tempo,
existente na Quinta Manuel André, onde
iam lavar a cara, após uma noite de arraial.
Para tanto bastou que, na ponta de cada
uma das canas, colhidas no denso canavial
que ali despontava, se prendesse a toalha
que cada qual levava para se limpar.
No regresso, com as canas, as toalhas a
substituírem os costumados arcos, toda a
gente tomava parte desfilando ao som da
marcha concebida propositadamente para
o efeito.”
Mais tarde, o trajecto passou a ser para a
Quinta Grande, por mor de uma conversa
havida com o descarregador da Mundet,
João Maia, tido como o ‘manda chuva’ da
aludida Quinta, local onde passou, então,
a iniciar-se o desfile, que chegou a reunir
mais de duas mil pessoas, como, aliás,
sucedeu em 1971. Desta feita, até com
carros alegóricos.
O agrado com que a iniciativa foi recebida
por parte da população, foi de tal ordem,

que durante largas dezenas de anos,
Emílio de Oliveira Rebelo, não teve outro
remédio senão o de compor, anualmente,
uma nova marcha para ser tocada ao raiar
do dia de S. Pedro, nas principais ruas do
Seixal.
Segundo ainda confessa, “embora esta
manifestação tenha ficado conhecida por
‘Marcha das Canas’, a sua designação
inicial, em 1950, era de “marcha das
Camarinhas”, mas, porque ninguém
utilizava esta denominação quando a ela
se reportava, tivemos de acolher, o nome
que o imaginário popular intuitivamente
lhe atribuiu.”
De acordo com esta destacada figura da
Timbre Seixalense, “parao imponente
sucesso alcançado, muito concorreu o
também o talento poético de Francisco
Nobre, António Mendonça e do Capitão
Louro, que neste dilatado período de
tempo escreveram as respectivas letras.
O mesmo se dirá de António Fernandes
Silva que fazia os arranjos orquestrais”
Sem deixar, por outro lado, de mencionar
que a canção que assinalou a subida do
Seixal Futebol Clube à 1ª Divisão do

Campeonato Nacional é de sua autoria,
Emílio de Oliveira Rebelo, afirma que
o objectivo que o levou a executar essa
tarefa, visou, mais uma vez, enaltecer
o importante feito cometido pela mais
representativa agremiação desportiva
da sua terra natal. “Foi,” diz, “a minha
maneira de, ainda que indirectamente,
associar a Timbre a essa conquista.”
Salientando o facto de os seus 82 anos
não lhe permitirem gozar das mesmas
faculdades doutros tempos, Emílio de
Oliveira Rebelo, sustenta, no entanto, que
“o sucesso das coisas radica no entusiasmo
que as pessoas nelas colocam. Nessa época,
tudo quanto tivesse o intuito de promover
o Seixal e os seus habitantes, reunia o
interesse geral. Logo, fácil se tornava levar
a cabo qualquer projecto. O que nos dias
de hoje nem sempre se verifica.”
Ainda assim, anota que, não obstante se
encontrar um pouco retirado da actividade
associativa, tem procurado ocupar o seu
tempo lavrando em alguns jornais locais,
o testemunho dessas vivências, em ordem
a deixar esse legado às gerações mais
novas. No âmbito dessa tarefa, se inscreve
uma biografia de seu avô, trabalho que
considera “um tributo prestado ao mérito
de um homem a quem o Seixal muito
deve” e um vasto conjunto de textos sobre
a colectividade a que sempre pertenceu.
Fotos: Artur Marques (Atchixa)

*Excertos de “Histórias Associativas- Memórias
da Nossa Memória – 1º Volume AsFilarmónicas”.
Edição Câmara Municipal do Seixal.-2001.

Noite Alentejana no Centro Cultural das Paivas
DR

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No dia 18 de Março, teve lugar no Centro
Cultural e Desportivo das Paivas, cerca das
20h30m, uma Noite Alentejana. Esta constou
de jantar de convívio e actuação de grupos
corais alentejanos e de um grupo musical
da Unisseixal, concretamente o grupo de
Cavaquinhos e Bandolins do Professor Mário
Fortuna.

Presentes várias
figuras da cultura
local e alentejana:
António
Pepe
(Presidente
do
Centro Cultural),
António Pinto da
Costa (Reitor da
Unisseixal), Tomás
de Aquino Bento
(Presidente
da
Casa do Educador),
Vice-Reitora
Mariana Mareco,
José Colaço a
representar a Associação Moda, Mário
Fortuna (Professor de Cavaquinhos), Manuel
Araújo (Autarca da Amora).
Após o jantar de convívio, iniciou-se a
actuação com o grupo anfitrião Grupo Coral
Alentejano das Paivas. Seguiu-se-lhe o Grupo
Coral Feminino de Santa Vitória, muito
aplaudidas pela originalidade de suas modas

dedicadas à sua bonita aldeia.
Em seguida actuou o Grupo Coral do
Lavradio que impressionou pela antiguidade
de suas modas, especialmente uma bastante
antiga que eu ouvia já cantar à minha mãe e
me tocou.
“Senta-te aqui ò António.” E também
“Castelo de Beja”.
Por fim actuou o grupo de Cavaquinhos
e Bandolins do professor Mário Fortuna que
encerrou com chave de ouro, sendo muito
aplaudidos pelo seu melodioso conjunto, pela
harmonia e sintonia entre vozes femininas e
masculinas com esta pequena orquestra.
Estes entoaram canções do Alentejo muito
tradicionais e que agrada sempre ouvir: Erva
Cidreira, Aldeia da Luz, Morena do Alentejo.
Enfim, uma noite muito agradável que
relembrou as raízes aos alentejanos da
Diáspora e a todos os presentes no auditório.
Maria Vitória Afonso