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sociedade

CSS | 16 de Junho de 2017

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Opinião

João Araújo

Escusamos de ficar
descansados
No passado dia 5 deste mês terá
tido lugar aquilo a Câmara Municipal
designa por Edição do Fórum Seixal
“para debater as obras em curso na frente
ribeirinha e núcleo urbano antigo do
Seixal que criam novos espaços pedonais
e cicláveis com prolongamento do
passeio ribeirinho, redesenham acessos e
redefinem estacionamentos”.
Ora, para quem tem interesse no
assunto (e alguns de nós têm mesmo
muito interesse…), mas não pôde assistir
àquela sessão, ficam muitas perguntas,
ocorrendo-me entre elas as seguintes:
Que explicações foram dadas para o
catastrófico desenvolvimento das obras?
Porque razão houve lugar à alteração
de empreiteiro e que efeitos económicos
isso comporta (positivos ou negativos)?
Qual o prazo agora fixado para a
conclusão da obra?
Porque razão a CMS só agora surge,
visivelmente incomodada com uma
situação que há muitos meses vem sendo
fonte de preocupação e prejuízos para os
munícipes?
Qual a relação entre esta nova atitude
da CMS e as eleições autárquicas
marcadas para o próximo mês de
Setembro (esta será sempre uma
pergunta retórica)?
Assim e para obter as respostas a tudo
isto escusa o munícipe de procurar o que
quer que seja na página oficial da Câmara
do Seixal (http://www.cm-seixal.pt/
forum-seixal/2017/forum-seixal-2017),
onde até às 13h do dia em que escrevo
estas linhas, nenhuma resposta existia.
Apenas um ficheiro (pdf ), com
desenhos e peças carregadas de boas
intenções, tudo isso de um outro tempo
já passado.
Mas desengane-se quem pensa que
as procuradas respostas podem ser
encontradas num outro qualquer local
de consulta pública, particularmente
disponibilizado pela oposição política ao
governo autárquico.
Ou a oposição não existe, ou não tem
interesse no tema.

Festa da primavera na Artes
Seixal
Foi no passado dia 3 de junho que se
realizou na sede da Artes na Cruz de Pau uma
bonita celebração da primavera de associados
muito especiais uma vez que estéticamente
estão ligados à Natureza pela magia das cores
que misturam com tanto amor e mestria.
Desta festa que se iniciou logo de manhã
constaram: modelagem, almoço partilhado,
poesia e música.
Após amodelagem chegou a hora do
almoço.
Este, como sempre, realizou-se debaixo
da árvore frondosa frente à porta da sede.
Dispostas as iguarias do almoço, onde cada um
cozinhou o seu melhor e onde não faltaram os
caracóis(deliciosos), os mexilhões, o bacalhau
à Brás (excelente),a salada russa, a carne
assada, o frango, o queijo e as sobremesas.
Também não faltou o excelente vinho. Após
o almoço iniciou-se a Animação.
O professor Jorge Ribeiro trouxe os seus
alunos da Unisseixal para um breve recital.
Este terminou com a leitura de um conto
muito especial.
Concretamente “A Galinha” de autoria
de Vergílio Ferreira ”A leitora do referido
conto fez dele uma leitura expressiva e como
este era humorístico e de teor “non sense”
foi de imenso agrado pois divertiu muito os
presentes.
Vergílio Ferreira conta a história de duas
senhoras, irmãs, que vão à feira com os
respectivos maridos e que compram cada
uma uma galinha de barro e cuja compra vai
originar a discórdia entre as duas e depois se

espalha por toda a aldeia.
Este conto é uma alegoria de alguns dos
feios defeitos humanos como a inveja e a
avareza.
O sentido de humor não é propriamente
uma característica de Vergílio Ferreira. Mas
este é um conto engraçado e interessante.
Mais conhecido por ser um extraordinário
pensador imbuído de existencialismo, onde a
morte é o tema principal das suas meditações,
sem fé na existência para além da vida.
É portanto um escritor que nos faz pensar
nos temas profundos da vida. Mas foi muito
salutar este tema para terminar a actuação da
parte literária e poética.
Toda esta apresentação foi um grande
momento de cultura.
Seguidamente iniciou-se a componente

musical que esteve acargo do Grupo de
Cavaquinhos e Bandolins da Unisseixal
dirigido pelo professor Mário Fortuna.
Muito harmónicos e afinados tocaram,
cantaram e encantaram durante largo tempo
na tarde. Por isso foram muito aplaudidos.
Era notório o orgulho e o brio estampados
no rosto do Professor Mário Fortuna.
E muito reconhecidamente. Os alunos pela
sua aplicação têm feito jus ao seu trabalho e
dedicação.
Após esta actuação, os associados, o
professor e o seu grupo lancharam em franco
e fraterno convívio.
Maria Vitória Afonso

O MEDO– Continuação
À semelhança do que já aconteceu em
2014, quando abordei este tema, num
artigo que escrevi neste jornal, mas no
conceito de Medo da doença, vou agora
tentar, o melhor que sei, abordar o
mesmo tema, mas no conceito de Medo
da morte: só ao pronunciar estas três
últimas palavras me faz arrepiar!
Poucos são, atualmente, os seres
humanos que pensam na morte, que a
aceitam como o final do ciclo de vida,
como parte integrante do mesmo.
Pois os antepassados aceitavam a
morte como um processo natural, que
ainda o é mas que consideramos que
não.

Em qualquer dos casos a coisa será
grave. O Seixal merece mais.

Evitar falar sobre, ilusoriamente,
parece que adia esse acontecimento, que
é inevitável.

Até que surja quem, verdadeiramente
se interesse pela opinião das pessoas que
aqui vivem e trabalham, escusamos de
ficar descansados com o que temos.

Pois sabemos que a única certeza,
com 100% de garantia, que a morte irá
acontecer.

essa antecipação, gerando medo de
Um psicólogo conseguirá auxiliar o
morrer.
paciente a minimizar as dificuldades
sentidas e sintomas até de ansiedade.
O desconhecido é assustador, origina
sintomas de ansiedade e potencia
O foco do trabalho serão os
pensamentos negativos automáticos.
pensamentos e emoções associadas.
Algumas pessoas poderão até
Peço apenas a reflexão sobre este
desenvolver perturbação psicológica.
assunto, sobre a sua vida. Sendo
também necessário repensar sobre os
Refletir sobre o assunto, pensar seus objetivos de vida, metas a atingir,
sobre… falar acerca do assunto permite mudanças a efetuar.
o maior controlo desses pensamentos
desajustados e distorcidos.
Questionando-se a si mesmo, dos
seus medos, angústias, o que mais teme
Parece um conselho comum, mas e tente encontrar as respostas.
esta antecipação é organizadora e evita
tanto sofrimento em situações de maior
Resolvi juntar a este tema uma quadra
fragilidade (doença ou morte).
para ilustrar bem quanto MEDO eu
tenho da MORTE:
Acrescento o facto deste medo, ter
Não consegui resistir
associado alguma exacerbação dos
sintomas físicos, estando inerente o
A guardar este segredo
medo de adoecer, de perder capacidades,
Por isso vou repetir
autonomia, etc.
Da MORTE tenho MEDO

Ou simplesmente por se considerar
Em situações de stress, em crises de que o que acontece aos entes queridos
ansiedade, ataques de pânico, processos que acontecerá a si próprio.
de luto e até noutras perturbações,
sobressai o medo de morrer, da finitude
Justifica procurar um psicológico
da vida.
quando percebe que o medo ultrapassa
a sua função de sobrevivência, ou seja,
Os sintomas físicos numa intimidade de alertar para os perigos, e afeta áreas
acima do padrão normal desencadeiam cujo medo se torna desaquado.

José Mantas