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Saúde

CSS | 11 de Novembro de 2016

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TUMOR DA BEXIGA

NUTRIÇÃO

Jorge Neves

Existem vários tipos de tumores que afectam a bexiga, mas quando se fala em
tumor da bexiga estamos, habitualmente, a referir-nos ao carcinoma da bexiga.

Adriana Marçal
Nutricionista

Qual a razão pela qual
engordamos e como o
podemos contrariar.
Atualmente, vivemos numa sociedade
sem tempo, em que a oferta alimentar
é enorme, comida rápida e saborosa,
reduzimos a nossa atividade física e o
gasto energético, passando mais tempo
sentados, andamos menos devido ao
facilitismo dos transportes entre outros
fatores.
Outro fator a ter em conta é a
genética. Existindo predisposição para
a obesidade o nosso estilo de vida é
crucial.
Diariamente, todo o ser humano
precisa de energia para se manter vivo,
metabolismo basal. Altera conforme a
idade, o sexo, a composição corporal e
a atividade física.
Em termos bioquímicos a razão pela
qual nós engordamos vai depender
da quantidade de energia (expressa
em calorias) que necessitamos e da
quantidade de energia que ingerimos
ao longo do dia. Ou seja, se ingerir uma
quantidade de energia (kcal) superior
à quantidade de necessitamos existe
uma transformação dessa energia em
gordura.

O contrário ocorre quando queremos
emagrecer. Para ocorrer redução de peso
é necessário existir um défice calórico,
com a redução de ingestão de calorias e
aumentar o gasto energético através da
prática de exercício físico.
Para diminuirmos o aumento de peso
existem vários aspetos a ter em conta
como:
- Ingerir menos calorias do que as
que necessitamos
- Aumentar a atividade física
- Reduzir o consumo de alimentos
ricos em gordura, sal e açúcares,
- Preferir alimentos o mais naturais
possível como frutas e hortaliças
- Fazer 5 a 6 refeições diárias
- Consumir porções mais pequenas
de alimentos
- Evitar dietas restritas para não
existir o risco de compulsão alimentar
Mude o seu estilo de vida, para
melhor controlo de peso e melhorar a
sua saúde.
Consulte um nutricionista para
ajudá-lo.

DIAGNÓSTICO
O aparecimento de sangue na
urina (hematuria) é, habitualmente,
o primeiro sinal que nos deve alertar
para a possibilidade de existência de
um tumor da bexiga. Este sinal pode
aparecer isolado ou acompanhado de
outros sintomas, nomeadamente ardor
miccional e aumento da frequência
miccional. Em certos casos a doença
evolui sem que haja qualquer sintoma,
sendo o diagnóstico feito numa fase já
adiantada da doença.
Os exames que habitualmente são usados
para uma primeira abordagem diagnóstica
são a cistoscopia (exame endoscópico para
observar o interior da bexiga) e a ecografia
da bexiga (ecografia vesical). Em algumas
situações é necessário o recurso a exames
mais detalhados para melhor caracterização
do tumor ou para esclarecer dúvidas que
possam existir após a ecografia como a
TAC.

TRATAMENTO
Depois de feito o diagnóstico é necessário a
realização de uma cirurgia designada por ressecção
trans-uretral da bexiga. Trata-se de uma cirurgia
endoscópica, feita por via trans-uretral (através
da uretra) e permite-nos a excisão do tumor,
na totalidade ou em parte. O tecido retirado é
analisado e o tumor fica assim caracterizado.
Ficamos a saber se o tumor é superficial (apenas
atinge o revestimento da bexiga) ou se é invasivo
(invade a parede muscular da bexiga). Os tumores
invasivos são mais agressivos e implicam um
tratamento também mais agressivo.

tratamento é habitualmente bem tolerado uma
vez que o agente medicamentoso apenas entra em
contacto com a superfície da bexiga, não sendo
absorvido para a circulação sanguínea e como tal
não existem os efeitos secundários habitualmente
conhecidos nos outros tipos de quimiotearpia.
Tumores Invasivos
Se o tumor é invasivo, e como tal mais
agressivo, pode haver a necessidade de fazer uma
cistectomia radical. A cistectomia consiste numa
cirurgia em que a bexiga é totalmente retirada.
Neste caso, por vezes, é possível a substituição
DR
da bexiga por um reservatório feito com
intestino, outras vezes isso não é possível e
é necessário derivar a urina para um estoma
definitivo através da pele, ficando a urina
colectada num saco que é colado à pele.
Em situações em que o tumor ultrapassa
o limite da parede da bexiga, invadindo
a cavidade pélvica, ou em que há tumor
noutros órgãos (metástases), não há indicação
para cirurgia curativa e o tratamento
habitualmente escolhido é a quimioterapia.

Tumores Superficiais
Em situações em que o tumor é pequeno e
superficial, a cirurgia acima referida pode ser o
único tratamento necessário.
Quando tumor, mesmo sendo superficial, tem
um tamanho superior a 2 cm ou existem vários
tumores, pode ser necessário fazer quimioterapia
intravesical. Este é um tipo de quimioterapia
feita com instilação de um líquido dentro da
bexiga, através de uma sonda (tipo algália). Este

Castanheiro
Quase tenho vergonha de dizer
que vi pela primeira vez castanheiros
quando assentei praça na Escola Prática
de Infantaria (Mafra) onde fiz a recruta
do Curso de Oficiais Milicianos, nos
idos de julho de 1968. Não conhecia
tais árvores, praticamente inexistentes
no sítio onde residia e logo me encantou
a sua imponência, a beleza das suas
folhas e amentilhos, a tranquilidade
proporcionada pela sua sombra.
É claro, que os magustos de São
Martinho com castanhas cozidas e
assadas e outras iguarias da época outonal
preenchiam a minha juventude, mas que
querem, não conhecia ainda a árvore que
proporciona tão salutares frutos.
Mais tarde, encontrei um moribundo
souto em Vale de Milhaços (Seixal),
resquício ligado a uma atividade
corriqueira do tempo das descobertas
marítimas que possuía estaleiros navais
em Vale-de-Zebro. As castanhas, o
biscoito (pão seco) e o bacalhau salgado
eram os principais mantimentos dos
tripulantes nas suas morosas viagens. A
água, iam abastecer ao Talaminho (onde
atualmente se realiza a Festa do Avante)
ou ao Samouco. Daí aquele dito “Só paro
no Samouco para meter água!”.
Mas não me queria dispersar! A vontade
de redigir algo sobre o castanheiro foi
reforçada quando, de visita a Alcongosta
em plena Serra da Gardunha por altura da
Festa da Cereja, resolvemos ir visitar um
amigo residente noutra aldeia próxima,
o Souto-da-Casa. O percurso que liga
as duas aldeias está repleto de lindos
panoramas. Para além das cerejeiras que
ladeiam a estrada, surgem os altaneiros
castanheiros. A toponímia não engana:
souto é um substantivo coletivo que
designa um conjunto de castanheiros.

PROGNÓSTICO
O prognóstico do tumor da bexiga é mais
favorável quando o tumor é superficial. Nos
tumores invasivos o prognóstico pode ser bom
quando o tumor está confinado à parede da
bexiga e é possível fazer uma cistectomia radical,
sendo pior quando o tumor ultrapassa a parede
da bexiga ou existe tumor disseminado noutros
órgãos.

Miguel Boieiro
DR

Essa transformação é feita pelo
nosso fígado e pelas células adiposas
(células armazenadoras de gordura) e
armazenada no nosso corpo.

Trata-se de um dos tumores malignos
mais frequentes.
É cerca de três vezes mais frequente no
homem que na mulher.
O factor de risco mais importante é
sem dúvida o tabagismo, embora, como é
óbvio, possa aparecer em não fumadores.
Existe uma tendência familiar para o
desenvolvimento deste tipo de tumor, ou
seja, o risco é maior em pessoas que tenham
familiares directos com esta patologia.

Diga-se, de passagem, que os substantivos
coletivos constituem um martírio para
quem quer aprender o nosso idioma, pois,
na sua maioria, diferem completamente da
palavra que está na base do agrupamento.
Veja-se: cardume, rebanho, manada,
enxame, récua, cáfila, … Tal esforço de
memorização não acontece em esperanto.
Basta acrescentar o sufixo -aro e logo
obtemos o coletivo. Mas, peço desculpa,
cá estou eu, outra vez, a divagar.
A Castanea sativa é uma árvore
longeva da família das Fagáceas que pode
atingir os 35 metros de altura. A sua
madeira é dura e resistente o que a torna
muito apta para mobiliário e construções
habitacionais. As folhas são brilhantes,
compridas, lanceoladas, dentadas nos
bordos, com acentuada nervação paralela.
As flores amarelas, formando cachos
(amentilhos), são perfumadas e coexistem
na mesma árvore as masculinas e as
femininas, já que a espécie é dioica. Os
frutos (castanhas) estão envolvidos numa
cápsula espinhosa (ouriço) que pode ter
até três exemplares e são deiscentes. Julgase que a espécie sativa é oriunda da Ásia
Menor e que se espalhou pela Europa por
ação da civilização romana.
O nosso País foi um dos grandes
produtores mundiais deste nutritivo
fruto que outrora constituía um

dos farináceos mais importantes da
alimentação quotidiana das gentes. Era
até denominado ”o pão dos pobres”.
Devido à sua fácil conservação (castanha
pilada) ela integrava os mantimentos
dos navegadores, como acima se disse.
O interior norte do País era, e ainda é,
o principal produtor, mas não devemos
esquecer a Serra de São Mamede e
especialmente o concelho de Marvão,
onde todos os anos se realiza a Festa da
Castanha que visitei já por duas vezes. Na
última, fui presenteado com um útil livro
de culinária de castanhas pelo respetivo
Presidente da Câmara.
A castanha é, de facto, um fruto versátil
que pode integrar inúmeras ementas,
sendo rico em glúcidos, lípidos, prótidos,
sais minerais como cálcio, magnésio,
fósforo e potássio, vitaminas B1, B2 e
C. É estomáquica (sobretudo cozida),
remineralizante, sedativa e tónica. O
“chá” proveniente da cozedura das folhas
tem diversas aplicações fitoterápicas
por se revelar expectorante, antitússico,
antipirético, antidiarreico, devido a
possuir bastante tanino. Serve também
para gargarismos.
Quando os castanheiros estão floridos,
como os que encontrei no Souto-daCasa, em pleno mês de junho, as árvores
parecem estar iluminadas. As suas flores
são também um bom abastecimento de
néctar para a produção do mel.
Termino com a citação de um popular
provérbio galego:
- Não há ruim vinho com castanhas
assadas e sardinhas salgadas.