Comércio 343.pdf


Vista previa del archivo PDF comercio-343.pdf


Página 1 2 3 45616

Vista previa de texto


Cultura

CSS | 02 de Agosto de 2017

4

Histórias Associativas (19)*

o vozeiro

Rui Hélder Feio

Perguntas e respostas
Q – Recebo inúmeras chamadas telefónicas
de empresas de marketing propondo-me serviços. Já tenho sido desagradável com os colaboradores dessas empresas mas mesmo assim,
continuam a ligar-me. Como posso evitar este
assédio?
R- Existe, de facto, uma lista para onde essas
empresas não estão autorizadas a ligar. É conhecida como “Lista Robinson”. Para se inscrever,
envie carta registada com AR dando conta do
seu interesse em constar na lista, para - Associação de Marketing DirectoEstr. Queluz 91,
2794-100 Carnaxide.
Q – Possuo há muitos anos um pequeno negócio, sempre na forma de sociedade irregular.
Um destes dias fui surpreendido com uma dívida ao fisco de cerca de 5.000 euros. Não tenho
dinheiro para pagar a dívida, a loja é arrendada e os únicos bens que tenho é a minha casa.
Devo apresentar-me à Insolvência?
R-Uma sociedade irregular é uma sociedade que não se encontra legalmente constituída,
não está inscrita na Conservatória do Registo
Comercial, mas consta nas Finanças com número de identificação fiscal e com deveres fiscais
a cumprir. Tratando-se de uma sociedade irregular, são os sócios individualmente e com os
seus bens que respondem pelas dívidas contraídas. Sendo assim, a ser pedida uma insolvência
teria de ser por si enquanto contribuinte individual – Insolvência de pessoa singular - e não a
empresa – Insolvência de pessoa colectiva - pois
legalmente não existe. No entanto, de nada vos
vale pedir a insolvência uma vez que as dívidas
fiscais não são consideradas na Insolvência. É
preferível e possível pagar as dívidas fiscais em
prestações. Como menciona que possui casa
própria, podedisponibiliza-la como garantia do
cumprimento, dando assim um sinal de boa-fé,
ficando a pagar a divida em causa, durante um
ou dois anos em prestações regulares. Pode também efetuar pagamentos por conta. No entanto, como cada caso e tem as suas características
próprias, é conveniente obter aconselhamento
por parte de um Solicitador ou advogado..
Q – O meu pai nunca for casado nem viveu com a minha mãe mas reconheceu a minha paternidade. Faleceu há algum tempo e tive
conhecimentode possuir uma casa em Sesimbra
que se encontra arrendada.Posso reclamá-la
para minha habitação?
R –Se é filho, é herdeiro. Se é herdeiro, terá
direito ao seu quinhão na herança.
Como não especifica se o seu pai, tem mais
filhos e se foi casado com outra mulher, não me
é possível determinar até que ponto pode reclamar por inteiro o imóvel mencionado como
sua herança. Dada a especificidade do assunto,
aconselho a consultar um Solicitador ou Advogado para uma investigação mais pormenorizada e conclusiva de forma a um melhor aconselhamento.

“Tudo era feito a poder
de muito amor à causa”
de água, ‘Parrana’, guarda , entanto, gratas
recordações dos setenta anos em que tem
sido filarmónico. “Uma actividade que”,
refere “encarei com todo o rigor, por amor
à música e à sociedade, a par de funcionar
como contraponto à minha profissão de
electricista.” Frisa.
Retratos de um tempo em que o comboio
era o principal meio de transporte
utilizado nas deslocações para as actuações
aos concelhos do Barreiro e Moita. “Por
vezes,” diz ainda, “o cansaço era tanto,
que o facto de os bancos serem de madeira
não constituía impedimento a que
aproveitássemos a viagem para dormir.
Uma época em que, à falta de outras
O comboio era o principal meio de transporte utilizado nas
deslocações para as actuações aos concelhos do Barreiro
diversões, os homens se entretinham a
e Moita, aproveitando para o efeito a ligação ferroviário,
fazer filhos.
então, existente.
“Só eu, tive catorze irmãos,” assinala,
“embora apenas oito tenhamos vivido. E
Neste seu rememorar de episódios, ‘Parrana’, mesmo assim, a minha família não era das
relembra igualmente que “tudo era feito mais numerosas. Outras havia, cuja prole nos
a poder de muito amor à causa, muita ultrapassava, largamente. Mas dos oito que
imaginação e muito trabalho,” para logo sobrevivemos, somente três saíram músicos, tal
relatar uma história que julga reveladora desse como o pai. Os outros, não tiveram inclinação
espírito que animava as gentes da União e da para o solfejo, ou não manifestaram intenção
sua inquebrantável vontade de levarem por
diante as iniciativas que perspectivavam:
“Uma ocasião, a escassos minutos do inicio
do baile da pinhata, a pinha, - nesse tempo
iluminada a candeeiro, pois, não havia ainda
luz eléctrica, - incendiou-se, deixando-nos na
iminência de ver cair por terra todo o esforço
que havíamos despendido para o realizar.”
Mal acaba de prenunciar a frase, um nó
acode-lhe à garganta, sufocando-lhe a voz. Os
olhos, subitamente, ficam rasos de água. Não
consegue articular mais palavras. Faz uma
pausa. Respira fundo para recuperar o fôlego e
logo que pressente que essa onda de nostalgia
se começa a esbater, retoma a narrativa
acrescentando: “face a tal imponderável, a
desistência constituía um descrédito para a
colectividade, que de modo algum poderíamos
admitir, por causa da rivalidade que nos
opunha à Timbre.
Por isso,” conta, “decidimos dar início ao baile, de o aprender. ”
adiando apenas a abertura da pinha por três Curiosamente, dos três descendentes com jeito
horas. O tempo que reputámos de suficiente para a música, nenhum optou pela sociedade
para a sua reconstrução. E se assim resolvemos, onde o progenitor tocara. “No entanto, nunca
assim o fizemos. Para nosso contentamento e chegou a haver qualquer conflito familiar,
provocado pela rivalidade entre as duas
satisfação da massa associativa.”
colectividades”, conta, “porque, entrementes,
ele já tinha deixado de tocar. E o que lhe
"Quinze filhos
interessava, era que os filhos partilhassem
três músicos"
consigo os prazeres da música, e, se possível,
Reconhecendo ter chorado muitas lágrimas que fossem bons executantes.”
em sinal de impotência por nada poder fazer Sócio honorário da União Seixalense, Manuel
quando desfilava com a banda e das janelas da Costa Rebelo, ‘O Parrana’, salienta que
de algumas habitações (onde viviam os “este título e o carinho com que sou tratado
‘arrivistas’ da Timbre) lhes despejavam baldes quer pelos novos, quer pelos mais velhos

Fernando
Fitas

elementos da banda, se deve à amizade que
lhes dispenso e ao respeito que tão antiga
ligação me confere.”
“As pazes com a Timbre
foi um momento único”
Mas, como que num assomo de insatisfação
por não ter dito tudo quanto a este respeito
já havia afirmado, dispara ainda: “ Obter
a distinção de sócio honorário, numa
colectividade onde, estatutariamente, os
músicos nunca precisaram de se filiar - pois o
simples facto de tocarem os coloca no mesmo
de pé de igualdade que os demais -, é uma
honra da qual que muito me orgulho!”
Por outro lado, segundo ainda confidenciou,
do vasto rol de recordações que retém, uma há
que guarda com particular desvelo: o momento
em que as duas colectividades colocaram fim
à animosidade reciproca que até essa data
havia caracterizado o seu relacionamento. “
Foi um momento único,” diz. “Porque, até
então, as duas bandas nunca se encontravam.
Onde ia uma, não ia a outro e vice-versa. Caso
contrário, armava-se uma ‘barafunda’ tal que
acabava sempre em vias
de facto.
Assim,” acrescenta, “no
dia 1 de Maio de 1975,
o José Félix (União) e o
Emílio Rebelo (Timbre),
coadjuvados por outras
pessoas afectas a cada
uma delas, decidiram em segredo - começar
a organizar uma festa
que assinalasse quer o
primeiro 1º de Maio quer
o restabelecimento das
relações entre as duas
sociedades.
A dita festa, teve lugar
no campo da bola e
foi apadrinhada pela
banda da marinha, dirigida por Marques
Romão, (à época, maestro da nossa banda,)
que, sem sabermos, tinha sido convidada
para testemunhar as ‘pazes’. No fim de tudo,
abraçámo-nos uns aos outros. Alguns de nós
até choraram. Só visto...! Remata.
*Excertos
de
“Histórias
Associativas- Memórias
da Nossa Memória – 1º Volume
As Filarmónicas”.
Edição Câmara Municipal do
Seixal -2001

ROSTOS DO SEIXAL
DR

Escolha os serviços de um profissional, contacte o Solicitador.
Envie a sua questão para:
duvidas@ruifeio.pt
Publicidade

Carla Cristina Paquete
Sacramento (1971)
Descendente de santomenses, nasce em
Lisboa vivendo sempre no concelho do
Seixal. Atleta conhecida internacionalmente,
Carla Sacramento foi meio-fundista,
especialista nos 1500 metros, destacandose os títulos de campeã do mundo em 1997,
recebendo também a Medalha Olímpica
Nobre Guedes. Além de receber inúmeras

medalhas em grandes competições nacionais
Ao longo da sua carreira desportiva (1981
e internacionais, alcançou recordes que ainda a 2006), Carla Sacramento foi atleta de vários
hoje não foram superados por qualquer outro clubes: Paivas, Fogueteiro, Sport Lisboa
atleta.
e Benfica, Sporting Clube de Portugal e
Maratona Clube de Portugal, para além de o
As suas mais importantes conquistas foram: ainda ter sido em nome individual. No Seixal,
Jogos Olímpicos - Barcelona 1992 (800 mts. e a Câmara Municipal prestou-lhe homenagem
1500 mts. - meias-finais), Atlanta 1996 (1550 ao denominar o mais importante recinto de
mts. - 6º lugar), Sidney 2000 (1500 mts. - 10º atletismo regional de Complexo Municipal de
lugar) e Atenas 2004 (1500 mts. - meias finais); Atletismo Carla Sacramento.
Campeonatos do Mundo - Gotemburgo 1995
(1500 mts. - Bronze), Atenas 1997 (1500
mts. - Ouro), Sevilha 1999 (1500 mts. - 4º
lugar), entre outras; Campeonatos da Europa
- Budapeste 1998 (1500 mts. - Prata), entre
outras; Campeonatos Mundiais de Pista
Coberta - Barcelona 1995 (1500 mts. - Prata),
Mário Barradas
Lisboa 2001 (1500 mts. - 4º lugar), entre
outros; Europeus de Pista Coberta - Paris
1994 (800 mts. - Bronze), Estocolmo 1996
(1500 mts. - Ouro) e Viena 2002 (300 mts.
- Prata).